segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ministério da Educação corrige circular sobre fim do apoio a visitas de estudo


As “limitações orçamentais” eram apontadas numa circular de Dezembro como o motivo para não apoiar as visitas das crianças beneficiárias da Acção Social Escolar. Nesta quarta-feira, ao PÚBLICO, o MEC rectificou.

Ministério vai enviar às escolas nota explicativa sobre as visitas de estudo Rui Gaudêncio
O Ministério da Educação e Ciência (MEC) informou em Dezembro as direcções das escolas que, “devido a limitações orçamentais”, as visitas de estudo das crianças carenciadas do 1º ao 9º ano não serão, este ano, financiadas pela Acção Social Escolar (ASE). A decisão, tomada ao arrepio da legislação em vigor, foi nesta terça-feira criticada pelos representantes das duas associações de directores de escolas e pelo dirigente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), que denunciam que a medida coloca em causa a igualdade de oportunidades entre as crianças e prejudica precisamente as que já são mais desfavorecidas. Mas quarta-feira à noite, numa nota enviada ao PÚBLICO, o MEC corrigiu a informação de Dezembro, garantindo que só não apoiará as visitas de estudo que não estão no plano de actividades das escolas.

O texto da circular subscrita pelo delegado regional de educação do Norte “é elucidativo”, aponta Pedro Araújo, da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE). No documento é citada a legislação e explicitado o entendimento de que “as visitas de estudo programadas no âmbito das actividades curriculares” são “equiparadas a actividades lectivas” “na medida em que contribuem para o desenvolvimento de competências e para a realização de aprendizagens necessárias”. Como tal, prossegue o delegado regional, “são gratuitas ou comparticipadas em 50%, consoante se trate de alunos com escalão A ou B, respectivamente”.

No ponto 2 da circular (cujo conteúdo é semelhante às que chegaram às escolas de todo o país), o representante do MEC esclarece que, “no entanto, devido a limitações orçamentais, não é possível atribuir verba para os efeitos referidos no ponto anterior, através da ASE”; e informa que cabe aos directores avaliarem e autorizarem a afectação, para o efeito, do “orçamento privativo das escolas”.

Aquela possibilidade, contudo, nunca foi encarada pelos dirigentes escolares como uma solução. “Numa escola com um número reduzido de crianças beneficiárias da ASE, o magro lucro das vendas do bar e da papelaria ou do aluguer de espaços, que é o que entra no orçamento privativo das escolas, pode bastar para pagar as visitas de estudo a meia dúzia de crianças. Mas num agrupamento em que aquele número seja significativo não haverá verbas suficientes e todas as saídas previstas acabarão por ser canceladas, já que em momento algum se aceitará que apenas alguns alunos participem nas visitas de estudo”, afirmou Filinto Lima, dirigente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).

Pedro Araújo frisou, na mesma linha, que a suspensão dos apoios coloca em desigualdade as escolas, entre si. À frente de uma escola, em Felgueiras, em que 48 % dos alunos são beneficiários da ASE, Pedro Araújo assegurou que sem aquele tipo de visitas “muitas crianças chegariam ao 10.º ano sem terem entrado num museu, sem terem visto uma peça de teatro ou visitado a capital do país”. O presidente da Confap, Jorge Ascenção, considerou “lamentável que os cortes continuem a recair sobre os mais desfavorecidos, os mais fragilizados”.  “A ASE serve precisamente para garantir a equidade. Tenho a certeza absoluta de que o MEC e o Governo encontrarão muito em que cortar antes de contribuir para, pelo contrário, colocar em causa essa equidade”, criticou.

O PÚBLICO questionou o MEC sobre este assunto às 19h30 de terça-feira. Às 22h30 de quarta-feira, o ministério respondeu que, tal como prevê a legislação, “as visitas de estudo, estando previstas no Plano de Actividades das escolas, aprovado no início de cada ano lectivo, têm comparticipação assegurada” e que só “as não incluídas inicialmente nesse plano” não serão apoiadas, pelo que “a informação enviada às escolas será clarificada prontamente junto dos estabelecimentos de ensino”.

Já depois da nota do MEC, Pedro Araújo considerou que este esclarecimento “não constitui uma clarificação, mas a revogação de uma medida, um recuo”, com o qual se congratula. Frisou que “só muito excepcionalmente as visitas de estudo não fazem parte do plano de actividades”, pelo que “não faria sentido enviar às escolas a circular” em que, nota “não se faz a mais leve referência ao que agora se afirma”.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

A Associação EPIS lança o concurso “Ideias de Futuro”

A Associação EPIS lançou no passado dia  1 de Novembro, o concurso “Ideias de Futuro”  que pretende promover a inovação nos processos de liderança e gestão das escolas/agrupamentos de Portugal, , públicos ou privados, de qualquer ciclo de escolaridade (exceto pós-secundário), e pretende distinguir as ideias mais inovadoras, que sejam implementáveis a curto prazo, e que tenham elevado potencial de impacte na melhoria do sucesso escolar dos alunos e/ou da inclusão social dos jovens na comunidade em que as escolas se inserem.
 
Esta iniciativa-piloto será desenvolvida em parceria com o Professor António Câmara (YDREAMS), sendo que as ideias premiadas verão a sua “implementação obrigatória” acompanhada pela equipa da EPIS e da Ydreams.
 
A EPIS pretende distinguir as ideias mais inovadoras que tenham elevado potencial de impacte na melhoria do sucesso escolar dos alunos e/ou da inclusão social dos jovens na comunidade em que as escolas se inserem.
 
Regulamento:
O concurso de ideias tem início dia 1 de Novembro de 2013 e a candidatura é exclusivamente eletrónica e feita através do link
https://docs.google.com/forms/d/1KkxPyzdePV7WL3y87S-51cyyM9lvTsDf9LA1x52toM4/viewform,                                                               
com preenchimento obrigatório de todos os campos.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A escola ancorense não é uma escola de segunda!


 

A Pais Na Escola – Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica de Vila Praia de Âncora manifesta o seu repúdio pelo desrespeito demonstrado pelo Ministério da Educação relativamente ao Ensino Especial.

A vontade de encerrar o Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora tinha como objetivo prejudicar o serviço educativo da escola ancorense como se verificou agora com a retirada de profissionais afetos à  educação especial.

Até à constituição do Mega agrupamento Sidónio Pais, com sede em Caminha, este serviço era assegurado por quatro professores especializados (três do quadro de escola e um destacado por condições específicas) que garantiam o acompanhamento dos alunos sinalizados para os Serviços da Educação Especial e que todos eles apresentam problemáticas graves. Estes recursos eram já parcos mas conseguia-se, com muito esforço e trabalho, atingir os objetivos propostos para estas crianças.

Este acompanhamento foi então classificado pela tutela como uma excelente prática pedagógica eficientemente integrada no seu Projeto Educativo. Convém recordar que esta avaliação será fidedigna porque realizada por uma entidade externa.

Até aqui, o extinto Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora, ao longo da sua existência, construiu a sua prática pedagógica baseada num modelo organizacional de escola que se configura num conjunto continuado de respostas educativas que pretendia fomentar os princípios da escola inclusiva, favorecer a igualdade de oportunidades e o sucesso educativo dos alunos, num esforço concertado entre docentes, alunos, pessoal auxiliar, pais e outros elementos da comunidade educativa.

Pretendeu-se construir uma cultura de escola que se afirmava pela sua individualidade, percebendo que o êxito de um projeto se alicerça não só no referencial teórico consistente mas também na construção diária de relações de cooperação, solidariedade, respeito, qualidade e a aprendizagem com a diferença. Atualmente estas crianças, que continuam a fazer parte da base de dados da Educação Especial, continuam também com as suas problemáticas graves, a única diferença é a escassez de recursos humanos que possam, agora, garantir-lhe o sucesso que experimentaram até então.

A criação do Mega Agrupamento ditou o fim deste Projeto Educativo retirando a excelência reconhecida ao modelo organizacional criado e que prestou um inestimável serviço à comunidade ancorense.

Esta associação recusa assistir de mãos cruzadas à expoliação da escola no vale do Âncora que, mais uma vez, perde profissionais e serviços de qualidade para os nossos filhos e exige ao Ministério da Educação a reposição do serviço anteriormente prestado e avaliado pela tutela como excelente.

Os nossos filhos têm direito a uma educação igual, solidária, responsável e de qualidade.

A escola ancorense não é uma escola de segunda!

Exigimos justiça e seriedade neste processo que está a prejudicar os nossos filhos com necessidades educativas especiais.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Comunicado à Imprensa Local

Vila Praia de Âncora, 22 de abril de 2013

Assunto: Encerramento do Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora e agregação dos dois agrupamentos escolares concelhios

A Pais na Escola – Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola Básica de Vila Praia de Âncora vem, por este meio, demonstrar a sua total oposição à criação de um mega agrupamento escolar no Concelho de Caminha, resultante da fusão dos dois agrupamentos até agora existentes. Por conseguinte, e, desde o início deste processo, a Pais na Escola manifestou publicamente a sua tomada de posição em relação e este assunto, tendo levado a efeito uma série de iniciativas no sentido de contrariar esta decisão da tutela, entre as quais se destacam as seguintes: assembleias de pais; reuniões com a Câmara Municipal, reuniões com os partidos políticos e com os deputados do círculo de Viana do Castelo; convocação de uma assembleia de freguesia extraordinária; comunicados para a imprensa e diversas posições públicas.
Neste processo de extinção dos agrupamentos, não foi tomada em conta a posição de rejeição das direções das escolas, das autarquias e muito menos as recomendações da Carta Educativa Concelhia, pois apenas contou a vontade política do Governo que se sobrepôs ao interesse pedagógico, às boas práticas de gestão escolar e às identidades e especificidades locais, designadamente no que respeita ao Vale do Âncora.
A Assembleia de Freguesia de Vila Praia de Âncora, em reunião extraordinária no dia 7 de fevereiro passado, para debater a questão da extinção do "Agrupamento Vertical de Escolas do Vale do Âncora", decidiu por unanimidade interpor uma providência cautelar que suspenda a extinção e consequente criação do mega agrupamento. Nessa sessão da Assembleia de Freguesia, foi também designada uma comissão de acompanhamento formada por um representante de cada partido.
Ficou também estabelecido que a Câmara Municipal de Caminha disponibilizava os serviços de um advogado para redigir e apresentar a já citada providência cautelar e que a Pais na Escola se disponibilizava a colaborar com o Pelouro da Educação neste processo. O certo é que, mais de dois meses passados, a Comissão de Acompanhamento, tanto quanto sabemos, nem sequer reuniu uma única vez.
Aparentemente todos estão à espera da promulgação em Diário da República do despacho de 1 de Abril de 2013, produzido pelo secretário de Estado da Educação, esquecendo-se que o Despacho nº 5634-F2012, para a reorganização da rede escolar foi publicado em 26 de Abril de 2012, dando competência ao governo para através de simples despacho interno proceder à extinção ou fusão/agregação dos agrupamentos.
Em nosso entender, o que será publicado em Diário da República será a denominação do novo agrupamento bem como a composição da Comissão Administrativa Provisória. Por isso, não compreendemos, nem aceitamos a passividade e o conformismo com que se encara este problema, tão lesivo para o Vale do Âncora e para a sua comunidade escolar em especial.
Com a fusão dos agrupamentos escolares, passaremos a fazer parte de um agrupamento que evoca o nome de Sidónio Pais, figura pública com o qual o Vale do Âncora não tem qualquer identificação, tanto mais que temos a memória de outra figura maior, o Almirante Ramos Pereira, esse sim, um digno representante do humanismo e da luta pela democracia no Concelho e no País.
No futuro, ou seja, depois da Comissão de Administração Provisória cessar funções, a direção executiva do agrupamento ficará sediada em Caminha, ficando a Escola Básica de Vila Praia de Âncora entregue a um coordenador, notoriamente em posição de subalternidade, isolado e com uma confrangedora carência de competências, com reflexos diretos na qualidade do projeto educativo da escola.
Não temos dúvidas que a criação do mega agrupamento é o primeiro passo para o futuro despedimento de um número significativo de docentes e funcionários que pode ir até um número de 43 pessoas. Também não temos dúvidas que quando isto acontecer a escolha vai, naturalmente e como de costume, recair sobre os trabalhadores da Escola Básica de Vila Praia de Âncora.

Por fim, não aceitamos mais este golpe na nossa identidade cultural plasmada no projeto educativo e na autonomia administrativa do Vale do Âncora, assim como o tratamento desigual dado a Vila Praia de Âncora que fica sempre a perder. Tudo o que a Pais na Escola previa, está a acontecer, sendo que as nossas preocupações são legítimas e pelas quais continuaremos a lutar.

Por uma educação com qualidade para os nossos filhos, vale a pena não desistir!


A Direção